Revista Ações Legais - page 111

ARTIGO
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quantas análises são feitas no momento de escolher um ou outro produto. Mas, fato é que
estas considerações vêm à tona quando se define comprar um automóvel ou umbatom, e.g.
O impacto de uma mídia é imediato. Com a ajuda das redes sociais, a velocidade do recebi-
mento de opiniões é praticamente incalculável e pode levar a empresa ao sucesso ou à falên-
cia em questão de segundos.
Um exemplo recente, apenas para ilustrar, foram as rescisões contratuais envolvendo diver-
sas empresas como “DESINCHÁ”, “HOPE”, “RAPPI” coma influenciadora fitness Gabriela Pu-
gliese, que publicou em suas redes sociais – com milhões de seguidores - uma festa em sua
casa descumprindo as recomendações de isolamento social durante a Pandemia da COVID-19.
Estima-se que o prejuízo financeiro para a blogueira, alémde perder cerca de 100mil seguido-
res, seja de R$ 3milhões
[2]
. Isto porque a atitude praticada vai, inclusive, de encontro aos valo-
res declarados pelas empresas que a patrocinavame que se sentiramprejudicadas – levando-
-as a se posicionareme prestar informações ao público consumidor, como fimde demonstrar
que não coadunam com situações como a vivida pela influencer.
Mas, e quando a imagem de uma empresa é colocada em destaque diante de uma situação
envolvendo um funcionário – fora do horário de expediente –, que confronta os princípios
das empresas e, de repente, é exposta nos noticiários policiais ou repercute no horário nobre
de um jornal televisivo? Oquanto isto afeta a imagemde uma empresa e influência na relação
empregado-empregador?
A demissão tem sido a resposta para estas perguntas.
É o caso, por exemplo, da ex-gerente da empresa “AVON” que foi demitida após denún-
cias por supostos crimes de maus tratos, violência física e psíquica à idosa que lhe presta-
va serviços.
A “AVON”, que é empresa destinada à fabricação e comercialização de produtos de beleza,
principalmente, e detém entre seus pilares a defesa e incentivo pelo empoderamento femi-
nino, não concordou com os atos praticados pela, então, funcionária, e publicou uma nota
diante do ocorrido a fimde se posicionar perante seu público consumidor e seus acionistas
[3]
"Com grande pesar, a Avon tomou conhecimento de denúncias de violações dos direitos hu-
manos por um de seus colaboradores. Diante dos fatos noticiados, reforçamos nosso com-
promisso irrestrito com a defesa dos direitos humanos, a transparência e a ética, valores que
permeiamnossa história hámais de 130 anos. Informamos que a funcionária não integramais
o quadro de colaboradores da companhia. A Avon está se mobilizando para prestar o acolhi-
mento à vítima."
O mesmo ocorreu com a empresa “TAESA”, que se posicionou de forma rígida após uma de
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